segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Cuidados na Ed. Domiciliar - Transmissão das Informações

Esta semana iremos abordar um aspecto bastante interessante do aprendizado: a transmissão das informações.
Para iniciar, talvez seja importante apontar uma diferença básica entre ensino e aprendizado. O aprendizado ocorre quando o sujeito “toma posse” de determinado conhecimento. Esse processo ocorre o tempo todo e é espontâneo – havendo a interferência de outro sujeito ou não. Já o ensino ocorre quando um sujeito age conscientemente e intencionalmente como mediador de certo conhecimento, repassando essa informação para outrem. Portanto, chegamos a duas conclusões:

  1. Pode haver aprendizagem sem ensino, mas não pode haver ensino sem aprendizagem;
  2. O ensino depende, necessariamente, da ação de um sujeito mediador do conhecimento.

Sendo que a aprendizagem pode ocorrer espontaneamente, sem a intervenção de um mediador, por que, então, ensinar? Porque o ensino potencializa o aprendizado. Quando se ensina da forma correta, o educando aprende mais, melhor e com mais rapidez.
Neste sentido, a forma como a informação será mediada/transmitida é muito importante, uma vez que irá determinar o nível de sucesso da aprendizagem.
A mesma informação pode ser transmitida de infinitas formas, utilizando diferentes dinâmicas e inúmeros instrumentos. Não irei, aqui, defender este ou aquele método; material “X” ou currículo “Y”... O que gostaria de defender é a necessidade de adequarmos os “meios” às peculiaridades e necessidades de cada criança.
Cada pessoa é um ser especial e único, com potenciais e deficiências diferentes. As peculiaridades de cada criança fazem com que certos meios de se transmitir as informações sejam mais ou menos eficientes – e isso deve ser observado por qualquer pai que pretenda instruir seus rebentos no próprio lar.
Para ilustrar o que estou tentando dizer, tomo como exemplo uma família que venho acompanhando há algum tempo, e que tem instruído seus dois filhos em casa. O mais velho (menino) possui uma mente lógica e sistemática, muito voltada ao intelectualismo. Já a mais nova (menina) é muito mais ativa fisicamente, e possui tendências muito mais criativas, musicais e artísticas. Ambos estão sedentos por aprender, mas cada um possui características totalmente diferentes do outro.
Não demorou muito para os pais se depararem com dificuldades para ensinar a filha da mesma forma que haviam ensinado o filho...
Os materiais, as dinâmicas, as estratégias que haviam funcionado com o menino, nem de longe eram eficientes para a menina. Diante desse quadro, como ensinar os mesmos conhecimentos? E comunicação teve que ser mudada. O conhecimento, as informações, os objetos de estudo continuavam os mesmos, mas a forma de mediá-los teve que ser drasticamente revista e modificada.
Qual foi a solução? Os pais selecionaram materiais didáticos diferentes, que trabalhavam mais com a criatividade, utilizavam mais desenhos, músicas didáticas, etc. Resultado: a menina adquiriu os mesmos conhecimentos e as mesmas habilidades/competências que o irmão, mas em um ritmo diferente e de uma forma diferente.
Sei que isso demanda muita pesquisa e esforço por parte dos pais, mas um cuidado essencial quando se pretende instruir os filhos é selecionar a forma mais adequada de transmitir as informações e exercitá-las, tendo por base as peculiaridades do sujeitinho.
Algumas crianças são mais ativas fisicamente, outras são mais criativas, outras são mais lógicas, outras são mais musicais, outras são mais visuais... Enfim, precisamos conhecer bem nossos filhos para saber qual será a forma mais eficiente de ensiná-los.
Há uma infinidade de métodos, currículos, materiais, atividades, etc., que podem ser selecionados e utilizados. Mas cabe a nós avaliar o que será mais produtivo para nossas crianças.
Volto a dizer que, de qualquer forma, a criança irá aprender. Mesmo que você não utilize o melhor material ou o melhor método, com certeza seu filho irá adquirir os conhecimentos e aptidões necessários (pelo menos os mais básicos). Entretanto, utilizar uma comunicação adequada irá, não somente acelerar o processo de ensino-aprendizagem, mas também irá qualificar ainda mais esse processo, bem como potencializar a expansão e aplicação desses conhecimentos/habilidades na própria vida da criança.

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