segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

O Mito da Socialização (Parte II)

Após a brilhante explanação elaborada por Wada, tentar tecer qualquer comentário ou argumentação seriapingar no molhado. Dessa forma, me limitarei a abordar alguns fatos mais cotidianos, mais práticos com relação à socialização para demonstrar empiricamente o que foi revelado teoricamente.
Em primeiro lugar, o fator histórico. A história é clara ao descrever a escola como uma invenção social, uma instituição criadae não natural. Houve um determinado momento histórico em que a escola, simplesmente, não existia. Na verdade, qualquer historiador irá concordar que, considerando toda a História, houve mais períodos sem escolas do que períodos com escolas. Esse é um fato inquestionável que nos leva a uma pergunta óbvia: se não havia escola par proporcionar a interação social necessária a todo ser humano, como essa socialização ocorria? Não é preciso grandes conhecimentos históricos para imaginar que tal desenvolvimento ocorreu em outros espaços e eventos sociaistais como: mercados, praças, festas, eventos religiosos, etc.
Neste sentido a História advoga à favor da Educação Domiciliar ao demonstrar que as pessoas se desenvolveram socialmente muito bem antes mesmo de se cogitar a possibilidade de uma instituição escolar de educação. Afirmar que não pode haver socialização fora das escolas é o mesmo que negar todo o desenvolvimento humano anterior à criação desse tipo de espaço educacionalpoderíamos, inclusive, questionar se hoje somos maissociaisdo que éramos antes da escola, mas deixemos esse debate para outra ocasião...
Em segundo lugar, o fator da falta de comprovação da hipótese. Que bicho é esse? É um nome difícil para algo simples: quando uma hipótese (ideia, suposição, opinião, etc.) é levantada, somente pode ser utilizada como argumento caso haja uma comprovação de sua validadenesse caso, a possibilidade passa dehipótesepara o nível deteoria. Ao se dizer que a criança ensinada em casaperdena socialização, temos uma hipótese que não pode ser considerada fato, nem ao menos teoria, pois não foi comprovada. Na verdade, todos os dados estatísticos têm apontado justamente o oposto: crianças educadas em casa tendem a se tornar adultos mais bem socializados do que crianças ensinadas em instituições escolares.
Mas, vamos um passo além... Supondo que as estatísticas demonstrassem que 50% das crianças ensinadas em casa possuem alguma deficiência social, isso seria prova suficiente para afirmar que somente na escola socialização? De forma alguma! Na verdade, mesmo que 99% dos alunos domiciliares apresentassem problemas sociais, cientificamente, poderíamos afirmar que isso é devido ao ensino em casa somente após diversas pesquisas, testes, contra-testes, etc. Não podemos negar: quem afirma que não socialização ao se ensinar em casa não está sequer no início de todo esse processo...
Definitivamente não qualquer evidência que sustente a hipótese da não-socialização de educandos domiciliares. Portanto, todo e qualquer pensamento nesse sentido não passa de especulação e qualquer suposto argumento não passa de falácia. E se alguém não concorda, que sejam reveladas as provas...
Por fim gostaria de apresentar o argumento mais simples e poderoso com relação a este assunto. Esse argumento não se baseia na lógica, nem no pensamento científico... É um simples exercício de reconhecimento de fatos. O reconhecimento de fatos nada mais é do que chegar a conclusões baseado em suas experiências pessoais, e pretendo levar você a fazer isso neste momento sobre a questão da socialização. É simples assim: você conhece alguma pessoa que é analfabeta e/ou que nunca foi para escola? Tenho quase certeza que conhece pelo menos uma... Agora pense: essa pessoa tem problemas de socialização? Ela não sabe se relacionar? Ela tem dificuldades para interagir com outras pessoas? Nem precisa responder...
Se não podemos ter socialização fora da escola, os esquisitos, reclusos sociais, psicopatas, etc. seriam todos analfabetos...
E, definitivamente, isso não é verdade.
Sei que o que vou dizer agora gerará muita crítica e polêmica, mas posso afirmar sem margem de dúvida que um agricultor analfabeto sabe se relacionar muito melhor socialmente com as pessoas ao seu redor do que um professor universitário. Você tem todo o direito de discordar, mas, com raras exceções, vejo ainstrução institucionalizadadessocializando as pessoas muito mais do que socializando...
Para mim não mais o que se discutir sobre socialização. Dentro do que me foi dito, diante do que me foi exposto, como disse em outros momentos, a questão da socialização está morta e enterrada.
Não concorda comigo? Bom... estou disposto a debater... Se você tem argumentos consistentes sobre o tema, me envie. Entretanto, acho muito difícil essemitorealmente sair do senso comum. Afinal, como todo mito, não é baseado em evidências, mas sim em sentimentos como medo e receio do desconhecido...
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