Acredito que várias
pessoas não irão entender ou irão interpretar mal o que vou
descrever neste artigo, mas prefiro isso a ficar em silêncio.
O grande problema educacional que assola o mundo – sim, o mundo todo, e não somente o Brasil – não é culpa da escola. Como já afirmei centenas de vezes, não sou inimigo da escola e não considero a escola e seus defensores meus inimigos. Na realidade, encaro a escola como uma vítima do Grande Problema Educacional que, por sua vez, é nascido de uma realidade muito mais profunda e obscura do que a maioria das pessoas imagina.
Nossas crises
educativas em larga escala não são causadas pelas instituições
educacionais, nem por seus planos pedagógicos e/ou currículos.
Também não culpo as políticas públicas, nem os governos e, muito
menos, as concepções pedagógicas. Para mim, todos esses elementos
são camadas diferentes – umas mais profundas, outras menos – de
um envólucro, uma capsula que contém e transporta uma essência
muito mais maligna do que o senso comum pode conceber.
E, neste sentido,
preciso ser categórico ao afirmar que não importa quais sejam as
camadas mais superficiais e visíveis, caso a essência seja a mesma,
o resultado obtido sempre será nefasto. Inclusive, mesmo que a capa,
a cobertura, a embalagem seja a educação domiciliar ou algo
similar, o referido “mal” sempre irá prevalecer – daí o
grande perigo de nos opormos ao superficial (educação escolar ou
domiciliar) ao invés de considerarmos e enfrentarmos a essência, o
cerne, o núcleo do problema.
Para ser didático,
permitam-me chamar essa essência maligna de “Gênio do Mal”.
Se você tiver um pensamento religioso/espiritual, talvez irá
encarar isso como uma inteligência maligna pessoal (demônio,
espírito mau ou algo semelhante); caso não tenha esse tipo de
concepção, talvez encare isso como a construção intencional de um
pensamento coletivo manipulável ou, ainda como ideias, conceitos,
concepções e valores danosos que foram construídos ao acaso pela
sociedade humana. De qualquer forma, independentemente de sua
concepção do que seria esse “Gênio do Mal”, o fato
inquestionável é que ele está aqui, ao nosso redor e, o mais
perigoso, dentro de nós.
E quero deixar muito
claro que o “Gênio do Mal” não é algo que interfere
exclusivamente na esfera educacional. Muito pelo contrário! Seu
domínio é muito mais profundo e extenso do que isso. Nossa
política, justiça, moral, religião, sociedade, família e, até,
nossos relacionamentos pessoais cotidianos estão sendo
determinados e manipulados por essa essência maligna.
Entretanto, discorrer
sobre toda a extensão da influência desse “Gênio do Mal” seria
trabalho para milhões de pessoas e centenas de anos... Portanto, me
limitarei a abordar alguns poucos aspectos de sua interferência em
nossa visão do que é e como deve ser a educação.
Na minha visão, o
maior golpe dado pelo “Gênio do Mal” contra a
humanidade através da educação é o terrível, abominável e
nefasto pensamento de que o aspecto mais importante do ser humano é
seu intelecto. Em alguns casos
isso é mais patente, enquanto em outros é mais oculto, mas o fedor
pútrido dessa
ideia maldita pode ser sentida em quase todas as propostas
pedagógicas existentes – sejam escolares, domiciliares ou de
qualquer outro tipo que
possa existir.
Para
a maioria de nós, educar significa aprender, desenvolver nosso
intelecto. Mesmo aqueles que usam suas vozes para gritar que o papel
da educação é social e não intelectual dão um tiro no próprio
pé quando afirmam – diretamente ou indiretamente – que o ser
social deve ser construído enquanto compreende
como a sociedade funciona através de assimilar conceitos
como sujeito, sociedade, relações de trabalho, etc. Toda a chamada
educação social também é pautada na aquisição de conhecimentos
e desenvolvimento de raciocínios. Há diferença
no tipo de informação, no esquema de raciocínio e na forma de
construção/transmissão, entretanto, o “Gênio do Mal” também
está ali sussurrando: “a
sua humanidade e o seu valor dependem do que você sabe; quanto mais
você souber, melhor; quem sabe mais é superior a quem sabe menos,
há informações que
estão escondendo de você e, quando você descobrir, terá o poder
nas mãos, pois conhecimento é poder”.
Essa
entidade maligna está tão enraizada em nosso ser que ouvimos isso
achando que somos nós
mesmos que
pensamos.
Isso
não é verdade, e é odioso! Nosso mundo está devastado por causa
dessa essência maligna.
“Eu
concordo com você, Fabio... Também sou contra a 'educação
bancária' e defendo a 'educação libertadora' há muito tempo”.
Talvez você pense isso, ou algo parecido... Por favor, não
permaneça mais nessa ingenuidade... Podemos usar termos muito bem
selecionados para chamar nossa educação, mas isso
não muda nada. O
“Gênio
do Mal” também
pode se tranvestir de um “Anjo Iluminado” que traz a salvação...
Mesmo sendo
um pedaço de carniça pútrido e fedorento, ele
pode ser oferecido a você
envolto em uma manta de seda chinesa ou dentro de uma caixa de ouro
com rubis.
Quando
eu falo em “educação
natural”,
não estou falando de explicar coisas diferentes ou transmitir as
informações que os “opressores”
não oferecem aos “oprimidos”.
Nem de longe... Educar não se parece com isso. Educar
se parece com uma mãe
e um pai amando seu filho e suprindo suas necessidades sem receber
nada em troca.
Educar
tem mais a ver com sentimentos do que com informações.
Educar
é mais se relacionar do que raciocinar.
Nós
educamos o coração, e não a cabeça.
Esses
são fatos inquestionáveis – pelo menos, na minha opinião. Quando
eu educo alguém, não estou meramente transmitindo ou auxiliando na
construção de certos conhecimentos, mas estou moldando algum
aspecto do ser humano integral – físico, psíquico e/ou
espiritual. Meu compromisso
é com uma pessoa, e não com um sistema, um método, um pensamento
ou uma ideologia.
Parece
um conceito simples e conhecido, mas não é... Sua profundidade e
amplitude são tão grandes que o universo não poderia conter todas
suas nuances. E não, não é algo conhecido. Posso aceitar que seja
um conceito repetido como uma piada contada por um papagaio, mas
conhecido de fato,
não é.
Há sim pessoas que entendem isso mais que outros – eu mesmo apenas
começo a abrir meus olhos
– ou melhor, meu coração – para
essa realidade. Mas a grande maioria da humanidade continua com um
denso véu sobre seus olhos, mentes e corações – e esse véu é
segurado firmemente pelo “Gênio
do Mal”. Afinal, o “Gênio
do Mal” tem interesse em
educar nossos corações para que continuem frios, cegos e
acorrentados.
Muitos
pais têm me pedido conselhos sobre como ensinar seus filhos em casa.
Pois bem, o melhor conselho que posso dar é esse: “Ame
seu filho e eduque o coração dele”.
Você é professor em uma instituição escolar? “Ame
seus alunos e eduque o coração deles”.
AME
A CRIANÇA E EDUQUE SEU CORAÇÃO
AME
A CRIANÇA E EDUQUE SEU CORAÇÃO
AME
A CRIANÇA E EDUQUE SEU CORAÇÃO
Alguém
com inteligência é útil, mas alguém que tem um coração
verdadeiro é muitíssimo poderoso!
Se
você tem seu coração, e não apenas uma cabeça cheia de
informações, você é perigoso... Principalmente para o “Gênio
do Mal”, pois você não
pode mais ser controlado, nem subjugado facilmente.
Ainda
pretendo escrever muito sobre o que significa educar o coração, e
ainda mais sobre
outras artimanhas do “Gênio
do Mal”, mas,
por hora, gostaria que esta mensagem pudesse ressoar nas mentes e nos
corações de todos vocês que querem o melhor para si mesmos e para
a próxima geração:
TALVEZ ALGUNS
TENHAM CABEÇAS GRANDES, MAS TODOS PRECISAM DE UM CORAÇÃO GRANDE E
EDUCADO. SEJA PODEROSO, SEJA PERIGOSO E EDUQUE AS CRIANÇAS PARA SEREM
MAIS PODEROSAS E PERIGOSAS QUE VOCÊ. DESEDUQUE SEU CORAÇÃO,
REEDUQUE ELE E EDUQUE O CORAÇÃO DOS PEQUENOS QUE ESTIVEREM AO SEU
ALCANCE.
Estava pensativa a respeito de como educar naturalmente minha filha. Agora ficou bem mais claro. Obrigada Fábio!!!
ResponderExcluirImensa gratidão, Fábio!! Sou avó. Tenho meus netos bem perto.e posso lhe dizer que mergulho na profundidade do que você escreveu. Já passou da hora de soltarmos "isso" aos quatro cantos do mundo. Conte comigo!!! <3
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