terça-feira, 24 de junho de 2014

Pedagogia do Gado – Força de Trabalho


Nos últimos artigos temos seguido os rastros de uma entidade maligna e etérea que chamamos de Gênio do Mal, cujo objetivo é contaminar, bloquear e prender nossos corações para que percamos nossa humanidade e sejamos usados por ele como gado. Também temos visto que os propósitos do Gênio do Mal para nós enquanto gado-humano podem ser resumidos em três usos básicos:
  1. Alimento/Matéria-prima;
  2. Força de Trabalho; e
  3. Sacrifício
Já analisamos o que significa sermos usados como alimento e matéria-prima, e hoje discutiremos como e porque somos reduzidos a mera força de trabalho, ferramentas, objetos produtivos, escravos semi-humanos para o Gênio do Mal.
Entretanto, caso você ainda não tenha lido os textos anteriores, sugiro que faça isso agora, antes de prosseguir, pois estamos seguindo uma linha de raciocínio e utilizando uma série de analogias e parábolas que podem não ser bem compreendidas sem a base precedente. Para facilitar, disponibilizo os links das postagens imediatamente anteriores a esta:
Definitivamente, usar o gado-humano como força de trabalho é um dos objetivos mais óbvios e declarados do Gênio do Mal. Com certeza isso é claro para você, pois a maioria de nós temos sofrido, em maior ou menor grau, com o sentimento de escravidão advindo de nossas cargas horárias exageradas e exigências profissionais irracionais e desumanas. Porém, o que me deixa mais assombrado é notar que, apesar desse propósito ser o mais explícito e mais claramente sentido pela população em geral, também é o mais aceito e propagado por nós. Nossa identidade enquanto indivíduos parece estar profundamente enraizada em nossos conceitos de trabalho e produção. E, ao mesmo tempo que isso nos incomoda diariamente, nos conformamos e naturalizamos essa concepção. Com efeito, você realmente crê que é natural e necessário trabalhar oito horas por dia, seis dias por semana, onze meses por ano? Você realmente crê que quando seu expediente termina, o serviço fica no local de trabalho e você como indivíduo não continua sofrendo as consequências dele em casa? De fato, você consegue ter sua carreira como uma pequeníssima parcela de sua identidade, ou sua identidade é restrita meramente a sua profissão? Por que será que, quando falamos em “nossos direitos”, quase sempre isso se refere a direitos trabalhistas?
Abra os olhos um pouco mais e verá que a liberdade que nos é proposta é bem diferente do que imaginamos. Somos sim livres, mas também somos induzidos a usar nossa liberdade para escolher sermos escravizados de boa vontade. Somos escravos-livres. E o que tem nos escravizado não são nossos trabalhos/empregos, mas a cosmovisão moldada em nós. Somos “educados” a nos auto-escravizar.
Os antigos Hebreus possuíam uma lei que obrigava os donos de escravos a libertar seus serviçais no chamado “Ano do Jubileu”. Entretanto, caso o escravo gostasse muito de seu senhor e quisesse continuar em tal estado por considerar vantajoso de alguma forma, deveria realizar um ritual público no qual sua orelha seria furada para demonstrar que escolhia de livre e espontânea vontade continuar como escravo para sempre. Pois bem... A pseudo-educação tem sido utilizada para nos convencer a “furar nossas orelhas” para sermos escravos por livre escolha por toda a nossa vida.
Somos felizes bois de canga por toda a vida, até o dia em que nos aposentamos e morremos, tendo nossa carne comida pela depressão e pelo desânimo. E por que essa depressão vem? Porque nossa identidade foi tão intrinsecamente unida a nossa capacidade de trabalho que, ao nos aposentarmos, perdemos nossa única identidade, nosso senso de valor e nosso propósito de existência. Algumas poucas pessoas conseguem, pela necessidade, quebrar esse feitiço mental e utilizam seus anos de aposentadoria para cativar verdadeiramente seus corações que foram enterrados pelos anos de trabalho; outras até conseguem se distrair com atividades que as fazem esquecer do vazio de suas almas; mas a maioria simplesmente morre sem nunca ter sentido o que é ter valor simplesmente por quem é.
A pseudo-educação maligna tem sido extremamente eficaz ao nos convencer de que fomos criados para trabalhar, trabalhar, trabalhar e morrer quando não pudermos mais ser úteis.
Para constatarmos isso não são necessárias análises complexas, nem mesmo raciocínios profundos. Basta uma frase: “Você tem que estudar para ser 'alguém' na vida”. É desnecessário tentar convencer qualquer um que “ser 'alguém' na vida” significa ter um bom emprego e ganhar bem...

 
Toda a nossa lógica existencial gira ao redor do trabalho. A maioria de nós, simplesmente, vive para trabalhar e nada mais. E como uma parte funcional do corpo do Gênio do Mal (cf. último artigo), treinamos nossos filhos a fazer o mesmo.
Preste bastante atenção e analise se isso é real ou não nas desculpas que, geralmente, damos às crianças quando questionados sobre algum comportamento nosso ou sobre alguma exigência que colocamos sobre elas:
  • Mas o papai precisa trabalhar...”
  • Se eu não for, quem vai trazer comida pra dentro de casa?”
  • Eu trabalho pra te dar o que eu não tive!”
  • Do que você está reclamando? Eu me mato para não deixar faltar nada em casa!”
  • Eu trabalho o dia inteiro e não posso ter sossego quando chego em casa?”
  • Você tem que estudar para não ter que trabalhar tanto quanto o seu pai.”
  • O papai está muito cansado do trabalho... Outra hora a gente brinca.”
  • Se você não fizer faculdade, vai trabalhar com o quê?”
  • Você acha que vai ganhar dinheiro desenhando/pintando/cantando/dançando?”
  • Eu me matei trabalhando e você vai jogar isso fora desistindo da faculdade?”

O que todas essas frases têm em comum? Creio que já se tornou óbvio.
Poderíamos gastar páginas e mais páginas descrevendo todas as desculpas que damos dia a dia para nossos filhos para chegar à mesma conclusão. E essa conclusão é que, se tirarmos o trabalho de nossas vidas, não sobra muita coisa...
Pense nisso agora mesmo: se você não trabalhasse mais, o que seria da sua vida? E não me refiro somente aos “empregos”, mas ao trabalho como um todo – em casa, na vizinhança, na igreja, no clube, etc... Tirando todas as suas obrigações, tarefas e trabalhos, o que sobraria? O que te motivaria? O que você faria todos os dias? Sobre o que conversaria? E, talvez, a pergunta mais importante: QUEM SERIA VOCÊ? O que você pensaria sobre si mesmo? Que identidade você tem fora do emprego/trabalho? Quem você é além de ser vendedor, médico, pedreiro, secretária, professora, etc.?
O Gênio do Mal tem atacado nossa identidade, reduzindo ela a algo funcional, produtivo, trabalhista. Ele não quer saber quem somos, mas o que podemos fazer. Para ele não somos pessoas, mas números, estatísticas. Na realidade, ele tem medo de descobrirmos quem somos, nossa verdadeira identidade. Ele sabe que homens e mulheres com coração e identidade são perigosos. Por isso, seus esforços são para esmagar nossos corações e confundir, diluir e minimizar nossas identidades. E, sem perceber, fazemos exatamente o mesmo com nossas crianças...
Através dos pais, escola, sociedade, etc., a pseudo-educação, desde cedo, encuca em nossos filhos que o valor de alguém não reside em sua existência, em seu coração ou em sua humanidade, mas em sua produtividade e progresso funcional. Os educandos são forçados em um molde estreito no qual devem se organizar para progredir – isso não lembra algo em uma bandeira?
Nesse processo de objetivação do sujeito, um resultado insatisfatório em trabalhos, tarefas, projetos e provas é recebido com repreensões, acusações, rejeições e castigos que imprimem no coração infantil a mensagem: “Sejas produtivo ou não terás valor”. E, assim, nossos filhos estão sendo preparados, ou melhor, domados para serem uma boa força de trabalho. Afinal, “eles têm que aprender a lidar com isso porque, um dia, terão que enfrentar esse tipo de situação em um emprego”, não é verdade? Novamente, o trabalho é a desculpa para a dor emocional causada pela suposta educação...
A visão que recebemos e passamos adiante é essa:
Somos vistos como ferramentas: um prego sem ponta, um machado sem fio, uma serra sem dentes, um martelo flexível, uma chave torta ou uma régua fora de padrão não servem para nada. Assim somos vistos quando não alcançamos o padrão educacional estabelecido para a vida profissional: não servimos para nada.
Como se sente uma criança que percebe que seus gostos, seus dons, suas habilidades, suas tendências não são aplicáveis profissionalmente? Sentem-se incompetentes, burras, atrasadas, fora do padrão, uma falha, um erro, esquisitas, estranhas, relegadas a um canto escuro, destinadas a serem pobres e marginalizadas, rejeitadas por não terem o que é preciso para serem “um sucesso”.
E não posso deixar de dizer que isso não é culpa exclusiva do pensamento capitalista, como muitos de nós fomos treinados a pensar e vários de vocês já devem ter pensado até aqui. Como uma das prerrogativas do capitalismo é o acúmulo de bens através da produção, e esta produção ocorre fundamentalmente pelo uso da força de trabalho, não há como negar a ligação com o que viemos discutindo até o momento. Todavia, os marxistas que me desculpem, mas Karl Marx é responsável pelo alastramento desse pensamento mais do que qualquer capitalista. Sei que estou entrando numa baita briga ao falar isso, mas é o que posso averiguar ao analisar o seu materialismo histórico dialético – principal vertente filosófica que influencia a educação escolar, em especial, no Brasil. Não me entendam mal: reconheço as contribuições de Marx para várias discussões, entretanto, sua visão da realidade baseada principalmente no que é material e, em especial, sua divisão da história a partir dos meios de produção demonstram explicitamente sua concepção de que a humanidade está diretamente ligada a sua capacidade de trabalho e produção. Caso eu esteja louco ao analisar Marx dessa forma, alguém me corrija, mas creio não estar equivocado.
Passei quatro anos “estudando para ser pedagogo”, e o que mais apresentaram a mim foram as concepções de Marx. Minha formação acadêmica teve Marx do início ao fim. Dessa forma, a menos que todos os meus professores tenham ensinado algo totalmente diferente da realidade, o marxismo encucado na maioria esmagadora dos educadores brasileiros dá conta de que o ser humano é uma força social, histórica e de trabalho. O próprio pensamento comunista, que se diz tão diferente do capitalista, não tem nada de diferente quanto ao valor do ser humano como força de trabalho. A diferença é que, no modelo comunista, o indivíduo não trabalha mais para si só, mas, teoricamente, para a sociedade como um todo. Mais uma vez, me desculpem os marxistas, mas essa ideia me parece diminuir ainda mais o valor do indivíduo como tal, uma vez que ele é visto como uma “engrenagem” que serve para a máquina social funcionar.
Enfim... não estou aqui para debater sobre concepções filosóficas específicas, mas para denunciar os desígnios malignos da Gênio do Mal. E, neste sentido, tanto o marxismo quanto o capitalismo – ou qualquer outra concepção que determine o valor humano baseado em seu potencial de trabalho – são ferramentas do Gênio do Mal para nos escravizar de bom grado.
Também não estou aqui defendendo um ócio generalizado em que ninguém mais trabalhe, ou que não se apresentem elementos profissionais durante o processo educativo. O trabalho é sim importante, mas não por si só. O trabalho deve ser uma extensão natural das atividade de um sujeito que tem sua identidade bem formada e age baseado no valor que dá a si mesmo, seus interesses, habilidades, valores, etc.
Neste sentido, não devemos educar para o trabalho, mas devemos educar para a vida; não devemos desejar o progresso da criança em competências meramente profissionais, mas devemos almejar o desenvolvimento integral da criança, sempre valorizando o autoconhecimento e a busca pela identidade pessoal; não devemos formar um profissional, mas cultivar um coração.

Mas, antes de terminar, tenho que alertar mais uma vez: você não pode dar o que não tem. Então, antes de pensar em como ajudar seu filho a não ser gado para força de trabalho, balance a cabeça e derrube a canga do seu próprio pescoço. Reavalie sua vida pessoal, profissional, acadêmica... Será que precisa ser assim? Sua vida não poderia ser diferente? É impossível mudar sua visão de trabalho? Você trabalha como precisa, como gostaria ou como o Gênio do Mal quer? Enfim, você já furou sua orelha?




PARA AMPLIAR SUA VISÃO E NOSSAS DISCUSSÕES, SUGIRO QUE ASSISTA AO VÍDEO “EDUCAÇÃO PROIBIDA”, QUE DEIXO ABAIXO:





terça-feira, 10 de junho de 2014

Pedagogia do Gado – Alimento e Matéria-prima


No último post falei sobre o que considero ser o coração humano, fazendo uma comparação com uma nascente de água que pode gerar um rio limpo, forte e útil se não for contaminada, bloqueada e/ou isolada. Também tratei do desejo do Gênio do Mal de fazer com que percamos cada vez mais da nossa humanidade, nos tornando gado para seus propósitos. Neste sentido, um dos principais instrumentos para a desumanização é a pseudo-educação, que vem contaminando, trancando e enjaulando nossos corações enquanto nos força em seus moldes, enfatizando o que considera útil e matando o que nos tornaria humanos plenos.
Como disse ao final do texto, tenho consciência de que a expressão “gado” aplicada a pessoas pode parecer muito forte e causar um sentimento de repulsa em alguns, mas é exatamente essa a reação que devemos ter com relação a esse tema, pois ser gado-humano é uma situação realmente repugnante, degradante e revoltante. Conforme entendemos mais dos propósitos do Gênio do Mal para nós e nossos filhos, devemos ter náuseas de indignação e transformar esse mal-estar em motivação para lutarmos contra a cosmovisão maligna que nos cerca e vem prendendo a humanidade através dos séculos.
Passemos, então, a explicitar e analisar o que o Gênio do Mal tem preparado para nós enquanto seu gado-humano. Para tanto, iremos dividir a discussão conforme as três funções básicas do gado, a saber:
  • Alimento/matéria-prima;
  • Força de trabalho;
  • Sacrifício.
Citei essas funções nefastas no texto anterior e, a partir de agora, irei explicar mais detalhadamente como essas analogias se aplicam a nós. Mas, antes de começar, gostaria de lembrar que estou utilizando muitas figuras, simbologias e parábolas. Neste sentido, o objetivo dos meus textos é didático, mas sua forma é mais poética do que científica. Preciso dizer isso para que fique BEM claro que não estou escrevendo em caráter definitivo, nem esperando que as analogias que utilizo sejam perfeitas/completas quanto ao seu sentido. Do fundo do meu coração espero que todos vocês, leitores, entendam isso, pois não quero que hajam mal-entendidos nem discussões desnecessárias. Espero que haja diálogos e debates sobre os TEMAS que estou apresentando, e não sobre DETALHES ou aspectos insignificantes e superficiais dos símbolos/figuras que estou utilizando.
Dito isto, passemos a analisar a primeira função que se dá ao gado-humano:

1. Alimento/Matéria-prima
Quando nos alimentamos, ingerimos comidas e bebidas que irão ser decompostas em elementos que podem ser assimilados por nosso organismo. Os nutrientes vão para nossas células, tecidos, órgãos, etc, passando a fazer parte deles. Já aquelas partes do alimento que não podem ser decompostas e/ou não podem ser assimiladas por nossos corpos devido sua natureza ou por algum tipo de contaminação são eliminadas como detrito (fezes ou urina).
De forma análoga, a matéria-prima é o material que utilizamos para a criação de um bem útil. Neste sentido, a matéria bruta é trabalhada, purificada e modificada conforme a necessidade para passar a fazer parte de um objeto que desejamos. As partes ou elementos da matéria-prima que não podem ou não devem ser trabalhadas são descartadas como refugo.
Creio não ser necessário explicar que, quando falamos em gado, nos referimos a um tipo de animal que é utilizado tanto para alimento (carne e leite) quanto para matéria-prima (couro, chifres, ossos, etc.). Entretanto, é óbvio que, quando afirmo que somos reduzidos à condição de gado-humano para sermos utilizados como alimento e matéria-prima, não estou falando literalmente. Minha intenção é utilizar essa alegoria para afirmar que somos processados, decompostos, assimilados e, em alguns casos, eliminados como esterco. Esse é um processo social que pode ocorrer através de vários mecanismos, mas, especialmente, vem através da pseudo-educação.
Para deixar mais claro, preciso voltar a falar do Gênio do Mal e descrever um aspecto bastante perturbador dessa entidade... Ele não possui um corpo físico. É impossível você ir até um lugar e dizer “ali está ele!”. Ele não possui forma definida, nem aparência específica, pois não é um ser humano, nem um animal, nem qualquer criatura física como conhecemos. Sua natureza é outra, e sua dimensão é diferente da nossa. Dessa forma, esse conjunto de ideias, pensamentos, valores e intenções que estamos chamando de “Gênio do Mal” é incorpóreo, mas se manifesta de forma visível e física através dos seres humanos que o carregam em si. Não estou afirmando que os seres humanos são o Gênio do Mal, pois ele é algo muito maior que um mero homem; mas estou afirmando que o conjunto de homens e mulheres que reproduzem a cosmovisão maligna dessa entidade etérea funcionam como as células ou órgãos que formam seu corpo.
Partindo dessa figura, não é difícil compreender que o Gênio do Mal se alimenta de nós na medida em que nos encontramos dentro desse enorme corpo, tendo nossa humanidade digerida e assimilada pela pseudo-educação – ou seja, enquanto achamos que estamos sendo educados, na verdade estamos sendo decompostos, diminuídos a elementos básicos que serão de fácil assimilação. No final, sem perceber, passamos a fazer parte do corpo do Gênio o Mal, sendo membros movidos por um sistema nervoso que não vemos, não entendemos e, na realidade, nem sabemos que existe – e, na realidade, neste ponto nem nos importamos mais, pois nosso coração já está esmagado, soterrado e confinado de forma bastante conveniente.
E o mais assustador é que, após sermos assimilados, passamos a ingerir e digerir outros seres humanos para que também passem a fazer parte da nefasta massa corpórea do gênio do mal. Somos iludidos com a mentira de que estamos lutando por uma educação melhor quando, na verdade, estamos desintegrando os corações das crianças e, consequentemente, sua humanidade. Por mais que elas resistam, eventualmente serão vencidas e assimiladas, e o ciclo irá reiniciar...
Terrível, abominável, repugnante!!!
A boa notícia é esse não é um processo irresistível, nem irreversível. Uma pessoa pode sim lutar contra essa assimilação e decidir não fazer parte desse corpo assombroso. Nós podemos renunciar o Gênio do Mal e nos romper os laços que nos prendem a ele, passando a pensar por nós mesmos e fazer as escolhas certas para resgatar nossos corações e nossa humanidade, bem como proteger outros – principalmente nossas crianças – de passarem pelo terrível processo de digestão pelo qual passamos.
Isso é possível, e está acontecendo. A prova disso é que você está lendo este texto neste momento.
Se você não deseja que seus filhos se tornem alimento para o Gênio do Mal, vá na contramão do ácido da pseudo-educação desintegradora. Não reduza nem decomponha o coração deles, mas os eduque como seres humanos integrais. Não fique dividindo os aspectos que compõem eles, preferindo alguns elementos e diminuindo/eliminando os outros. Não deixe seus filhos serem digeridos! Não os deixem “fácil de engolir” para a sociedade! Permita que seus filhos cresçam e se desenvolvam para se tornarem homens e mulheres integrais.
Isso é maravilhoso, mas não posso deixar de alertar que há um preço a ser pago por aqueles que decidirem não se conformar com seu destino enquanto gado-humano. Se você escolher sacudir o jugo e se libertar, estará fadado a ser considerado refugo, esterco e, como tal, poderá ser eliminado ou excluído da “sociedade comum”. Caso você já seja parte do corpo do Gênio do Mal e vá contra a natureza desse ser, será considerado um câncer para a sociedade, um tumor que precisa ser cirurgicamente retirado ou morto aos poucos através de radiação ou química. Ou você é parte do Gênio do Mal ou é seu inimigo declarado – não há meio termo.
Nesta guerra, neutralidade é rendição...
É uma grande ilusão achar que você pode não se conformar com os propósitos do Gênio do Mal e não ter qualquer oposição. Sempre haverá algum tipo de oposição ou perseguição, pois o resto do corpo irá olhar para você como uma doença. Os outros seres humanos são seus inimigos? Não. Não encaro assim. As pessoas são vitimas, e não vilões. Elas estão hipnotizadas, cegas pela pseudo-educação que lhes foi imposta. O Gênio do Mal é quem controla o sistema nervoso que move a sociedade contra os não-conformistas, portanto, nosso inimigo não é o corpo, mas a mente que move esse corpo.
É uma realidade dura, mas não é algo que deve nos desanimar... Ao contrário! Saiba que, quanto mais você se desligar do Gênio do Mal – e isso é um processo, não ocorre de repente – , mais claro se tornará a outras pessoas que o estado em que elas se encontram não é natural, nem obrigatório, nem inevitável.
Aqueles que lhe perseguem hoje, amanhã poderão lhe seguir, pois sua perseverança em meio à adversidade poderá despertar o coração humano adormecido que ainda resta nos opositores.
Devemos entrar nessa batalha com ânimo redobrado, primeiramente para nosso benefício, em segundo lugar para nossos filhos e, por último, para o bem daqueles que estão cegos, sendo usados como alimento e matéria-prima pelo Gênio do Mal. Afinal, se queremos arrancar eles desse estado catatônico, a arma mais poderosa não será a força, nem o argumento, mas o exemplo.

terça-feira, 3 de junho de 2014

A Nascente da Alma


No último artigo comecei a abordar o fato de que o grande problema educacional que encontramos não é gerado meramente por questões organizacionais, pedagógicas ou materiais. Na realidade, estamos em uma crise mundial em termos educacionais que já vem de séculos e é orquestrada por algo muito profundo que chamei de “Gênio do Mal”. Caso você não tenha lido o texto no qual introduzi esse conceito, talvez seja melhor dar uma olhadinha nele (aqui) antes de continuar, ou poderá haver equívocos e mal-entendidos sobre o que irei escrever hoje...
Preciso esclarecer dois pontos essenciais com relação à minha afirmação de que a ação do Gênio do Mal nos leva a supervalorizar o intelecto em detrimento do coração. Passarei pelo primeiro ponto de forma rápida, mas esmiuçarei mais o segundo pois creio ser naturalmente o próximo passo em nossa discussão.
Então, primeiramente, quero deixar muito claro que, de forma alguma, estou desconsiderando, rejeitando ou desvalorizando a importância do nosso raciocínio e capacidade intelectual. Eu sei que é imperativo entendermos um mundo ao nosso redor e, mais importante que isso, entendermos nós mesmos, e isso é um trabalho TAMBÉM intelectual. Portanto, não poderia desprezar o desenvolvimento de nosso intelecto. Pelo contrário, valorizo tanto esse aspecto de nosso ser que desejo que ele permaneça dentro da esfera que lhe é própria, sem abusos. O que ocorre hoje é que, por conta do desequilíbrio intencional que vivemos, o que sabemos é tão enfatizado que nosso intelecto é esticado e deformado de forma abusiva.
Agora, passando para o segundo ponto, gostaria de trabalhar muito bem o conceito de “coração”. Afinal, enfatizei bastante esse elemento no último texto e, sendo ele tão importante, não pode ser mal entendido. Desta feita, iniciemos a conversa...
Quando me refiro ao “coração” da criança – ou de qualquer outro ser humano –, não estou utilizando essa palavra conforme o senso comum, ou seja, no sentido restrito de sentimentos e/ou emoções – com certeza, isso culminaria na clássica dicotomia “Intelecto Vs. Emoções” ou “Cabeça Vs. Coração”, que não é o caso. Quando uso o termo “coração”, me refiro ao centro da psiquê humana, o cerne da alma do homem. Talvez isso pareça vago ou confuso para vários, mas me permitam deixar mais claro. Para tanto, vou me utilizar de um esquema que divide e analisa o ser humano conforme os vários elementos e aspectos que o formam.
Corpo – primeiramente, todos temos um corpo, ou seja, nosso ser material, físico. O corpo é nossa parte visível e que, mais diretamente, age, interage e modifica o mundo ao nosso redor. Nosso corpo é dividido em diversas partes funcionais e possui vários sentidos – dentre eles, os mais conhecidos são: visão, tato, audição, olfato e paladar.
Alma – nossa psiquê, ou alma, é imaterial e não é visível, mas é tão real quanto o corpo. Na minha visão, a alma humana é dividida em três aspectos básicos: o intelecto, a vontade e o sentimento. Esses aspectos se subdividem em vários outros, tais como: memória, raciocínios, emoções, desejos, etc. Em geral, é nossa alma que determina as ações do corpo.
Espírito – o corpo e a alma são universalmente aceitos como elementos reais e constituintes do ser humano. Entretanto, alguns creem na existência de um terceiro elemento que, aqui, chamaremos de “espírito”. Os que acreditam nesse aspecto do ser humano afirmam que é uma parte de nosso ser que transcende o corpo e a alma, atingindo uma dimensão que não é física nem psíquica. Alguns consideram a alma e o espírito uma única coisa, enquanto outros traçam uma separação entre esses dois elementos. Não entrarei no mérito dessa discussão, deixando o julgamento desse aspecto para quem cada um.
Meu objetivo não é discutir se essa é a melhor categorização dos elementos que constituem o ser humano, nem defender esse modelo como único. O que desejo é, apenas, usar essa divisão para, de forma didática, facilitar a compreensão de alguns termos e problematizar algumas questões pertinentes ao nosso debate.
Então, voltando ao coração...
Quando utilizo esse termo estou, em primeiro lugar, falando de algo relacionado à alma/psiquê. Entretanto, não considero o coração algo superficial como os elementos periféricos da alma (intelecto, vontade e sentimento), mas o considero como o âmago do nosso ser psíquico. Esse é um conceito bastante profundo e pode parecer abstrato demais, mas me esforçarei para montar uma imagem nítida do que estou tentando dizer. Creio que a melhor figura para isso seria comparar nossa alma como um rio. Esse rio pode ser forte e rápido, ou calmo e profundo, dependendo da geografia. Entretanto, apesar das características peculiares, todo rio possui uma nascente, um local onde a água brota do solo, determinando por onde o rio passará e como ele será. Para mim, o coração é a “nascente” da nossa alma, o “olho d'água” que, não somente faz brotar a água, mas determina a “qualidade da água”, a direção que ela tomará e o caminho pelo qual ela terá que passar para chegar ao seu objetivo.
Seguindo essa analogia, podemos afirmar que uma nascente pura, limpa e livre irá produzir uma água límpida e cristalina. Aos poucos, conforme passa por seu caminho natural, esse pequeno córrego vai coletando água de outras fontes e vai tomando forma de rio. Alguns quilômetros à frente da nascente já temos um grande e majestoso rio que continuará correndo até seu objetivo, o mar. Durante todo esse percurso não há como saber o número de benefícios que esse rio poderá trazer para os seres humanos que o encontrarem. Como disse antes, há rios diferentes, com características diferentes, mas todos começam com aquela pequena nascente – o coração do rio.
Entretanto, essa analogia tão bonita também carrega a possibilidade de se tornar um pesadelo, caso consideremos o maltrato com a nascente/coração. Pense em uma nascente contaminada com lixo ou produtos tóxicos... Ela irá contaminar todo o rio. Ou em uma nascente bloqueada com entulho, pedras ou galhos... Ela irá produzir um rio pequeno e fraco – se é que chegará a ser um rio. E em uma nascente “fechada” para ser usada por uma pessoa ou grupo de pessoas... Ela não irá produzir um rio que corre livremente, mas terá suas águas canalizadas para o propósito específico de suprir as necessidades de alguém e estará completamente escravizada pelos desejos e anseios de outro.
Caso você não esteja entendendo onde quero chegar, leia novamente o parágrafo anterior substituindo “nascente” por “coração”, “rio” por alma, etc. Creio que ficará muito claro.
Quando falo em “educar o coração”, me refiro a oferecermos a nossas crianças – e a nós mesmos – um tipo de instrução que irá proteger, fortalecer e, eventualmente, limpar o coração. Sendo que esse coração é o cerne da alma humana e dele procedem os primórdios do raciocínio, das escolhas e dos sentimentos (bem como seus desdobramentos), ao realizarmos a proteção e manutenção dessa nascente garantimos o estado ideal para que as águas tomem seu curso natural e se transformem em rio, ou seja, a criança irá, de forma natural e agradável, aprender o que ainda não sabe (construindo o conhecimento por conta própria ou aproveitando as experiências/conhecimentos de outros), identificar suas aptidões e deficiências, lidar com essas informações de forma adequada, dividir suas competências e, assim, ser o melhor ser humano que puder.
O papel do educador não é tão complexo quanto geralmente se pensa, pois, na realidade, consiste em cuidar do coração do educando, fazendo o que for necessário para isso.
Entretanto, o Gênio do Mal tem outro plano para os nossos corações – e de nossos filhos. Ele, literalmente, busca criar os três tipos de problemas que citei para que a pseudo-educação nos leve, justamente, na direção oposta à que deveria ir. Ele contamina nossos corações com ideias, conceitos e valores errados que se alastram por nossas almas e contaminam nossa forma de pensar, nossos sentimentos e, até, nossa vontade. Ele também sobrecarrega nossos corações com preocupações, pressupostos e trabalhos desnecessárias, nos esmagando e atacando nossa identidade até o ponto de nosso coração estar soterrado e nossa alma ser fraca e pequena. Por fim, nosso coração é aprisionado por uma cosmovisão maligna que conduz nossa alma (pensamentos, vontades e sentimentos) para onde o Gênio do Mal bem entender, diminuindo nossa humanidade e nos usando para os seus propósitos.
Posso estar parecendo um profeta apocalíptico (e talvez eu seja mesmo!), mas não estou inventando nada disso... Qualquer um com o mínimo de discernimento pode observar nosso mundo e constatar que é exatamente isso. Ou você não concorda?
Um dos objetivos do Gênio do Mal é eliminar nossa humanidade através de atacar nosso coração e nos tornar gado. Sei que isso vai ser forte para a maioria das pessoas, mas o Gênio do Mal trabalha para que deixemos de ser humanos e nos tornemos gado.
Por que ele quer mais gado do que homens? Bem... Isso é fácil de responder, afinal, o gado possui três funções principais:

  1. Se tornar alimento/matéria-prima;
  2. Ser usado como força de trabalho; e
  3. Ser oferecido como sacrifício.
Pretendo expandir esses aspectos na próxima postagem e deixar o quadro ainda mais assustador. Entretanto, creio que já há o suficiente aqui para uma semana de reflexão. Portanto, gostaria de encerrar com esse alerta e esse sentimento de urgência:

ENQUANTO VOCÊ CONTAMINA, ENTERRA E ENJAULA O CORAÇÃO DE SEU FILHO PRA ELE “APRENDER O QUE PRECISA”, VOCÊ ESTÁ TIRANDO A HUMANIDADE DELE E TORNANDO ELE GADO. E, COMO GADO, ELE VAI SER USADO PELO GÊNIO DO MAL COMO ALIMENTO, FORÇA DE TRABALHO E SACRIFÍCIO. É ISSO QUE VOCÊ QUER? POIS É MUITO PROVÁVEL QUE ESTEJA ACONTECENDO E VOCÊ NEM ESTÁ NOTANDO, POIS O TEU CORAÇÃO JÁ FOI “EDUCADO” A CONSIDERAR ISSO NORMAL E NATURAL. PENSE BEM NISSO!!!
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